O saber é sagrado: Conhecimento e partilha entre mulheres Xukuru
A palavra sabedoria descreve instrução, ciência, erudição, saber. Mas também advém da experiência.
A população indígena do Brasil tem buscado, cada vez mais em anos recentes, formação no ensino superior. De acordo com o censo de 2011 do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino e na Pesquisa (INCTI), de 129 instituições brasileiras, entre universidades e institutos federais e estaduais, centros universitários estaduais, centros tecnológicos municipais e faculdades distritais, municipais e estaduais , 67 possuem ações afirmativas para indígenas. Segundo o Ministério da Educação (MEC), um a cada 500 estudantes universitários são indígenas.
Proporcionalmente, ainda é pouco, mas este número cresce, algo que também ocorre em Pernambuco. A educação básica e superior indígena é uma questão delicada, pois a maioria das instituições não se preocupam em conciliar o saber tradicional e o saber institucionalizado. O povo Xukuru da Serra do Ororubá, em Pesqueira, no Agreste pernambucano, vem nos mostrar um pouco dessa realidade.
A maioria das instituições de ensino básico do município não se preocupa em manter o saber tradicional entre os alunos que vem da tribo. Disso, os indígenas construíram suas próprias escolas indígenas no alto da serra, no distrito de Cimbres, podendo assim, partilhar com suas crianças uma mistura do saber tradicional e saber escolar institucionalizado.
Pelo olhar de três mulheres, nesta reportagem especial vamos mostrar a história de resistência e conhecimento do povo Xukuru. Da luta em manter seus saberes como algo fundamental para memória e processo de identificação dessas pessoas.